Medicina & Arte

domingo, dezembro 20, 2009

POESIA

Estou só
perigosamente, só
quero soltar-me desta insanidade
que me faz mal...
que corrói as minhas entranhas
num fogo sem fim
quero soltar-me
e afundo-me cada vez mais
no deserto árido da minha vida
num sem fim de caravelas de esperança...
quero soltar-me
desapegar-me do que não existe
do que foi semeado
do que foi germinado,
mas levado pelo vento, entre conflitos
dúvidas e desacatos
com um encolher de ombros e obstinação
quero soltar-me
do que sou
quero querer-te ainda mais
antes que a saudade se apague em mim
antes que o teu calor arrefeça
antes que o teu sorriso se apague
ainda antes de te ver partir
e num aperto que não acaba
estou só...

FLORBELA spanca