Medicina & Arte

terça-feira, janeiro 06, 2009

SAÚDE/DOENÇA

Obesidade

Do ponto de vista biológico, obesidade representa uma acumulação excessiva de gordura no tecido adiposo ao ponto de interferir com as normais funções fisiológicas, afectando directamente a saúde e qualidade de vida física ou aumentando o risco de desenvolver outras condições (p.ex., diabetes do tipo II, disfunção da vesícula biliar).

Porque é frequentemente difícil avaliar a quantidade de gordura (ou de tecido adiposo) no ser humano de forma válida e precisa, um índice de peso e altura - índice de massa corporal (IMC) - é usado actualmente para classificar uma pessoa quanto ao seu nível de obesidade.

Uma pessoa pode ter magreza excessiva (IMC <18,5 kg/m2), ser normoponderal ou ter peso normal (IMC entre 18,5 e 24,9 kg/m2), ter excesso de peso ou pré-obesidade (IMC entre 25 e 29,9 kg/m2), ou ter obesidade de grau I (IMC entre 30 e 34,9 kg/m2), obesidade de grau II (IMC entre 35 e 39,9 kg/m2) ou obesidade de grau III (IMC de 40 kg/m2 ou superior) também considerada obesidade mórbida.

O fenótipo da obesidade é heterogéneo na sua etiologia, expressão física e complicações. O padrão de distribuição de gordura no corpo é um dos factores importantes que classifica o tipo de obesidade. A acumulação excessiva de gordura no abdómen (obesidade do tipo abdominal) está particularmente associada às complicações cardio-metabólicas da obesidade e pode ser detectada através da avaliação do perímetro da cintura (PC). Valores de PC acima de 102 cm no homem e 88 cm nas mulheres são indicadores de risco acrescido.

Do ponto de vista sócio-cultural, a obesidade é uma condição que origina discriminação generalizada e fenómenos de estimatização, que estão associados à experiência psicológica negativa vivida por muitas pessoas obesas, jovens e adultos. Dada a sua elevada prevalência e crescente incidência, a obesidade é também considerada um sério problema de saúde pública em muitos países.