Medicina & Arte

quinta-feira, maio 27, 2010

POESIA

Silenciosamente,
a tempestade tomou conta de mim,
remexendo no mais profundo estigma da minh'alma
libertando-me de mim mesma e, de um propósito que já não existe
Silenciosamente,
os ecos das minhas memórias recônditas
vão-se apagando nas amargas esperas de um amor moribundo
Silenciosamente,
a dureza dos sentidos, vai gelando as minhas veias
onde outrora o sangue queimava de ouvir o teu nome
e, o que resta de mim,
é afinal
um grito, um sopro
uma dor que se arrasta
um arrepio que se entranha,
uma estrela que deixou de brilhar

FLORBELA SPANCA