Medicina & Arte

terça-feira, maio 25, 2010

POESIA

Deixei a luz a um lado e numa beira
da cama em desalinho me sentei,
sombria, muda, os olhos imóveis
cravados na parede.
Que tempo estive assim? Não sei; ao deixar-me
a horrível embriaguez da dor
já expirava a luz, e na varanda
ria o sol.
Não sei tão-pouco em tão terríveis horas
em que pensava ou que passou por mim;
recordo só que chorei ............e que naquela noite envelheci.

[Gustavo Adolfo Bécquer]