Medicina & Arte

quarta-feira, maio 26, 2010

POESIA

Eu não sou de ninguém!... Quem me quiser

Há-de ser luz do Sol em tardes quentes;

Nos olhos de água clara há-de trazer

As fúlgidas pupilas dos videntes

Há-de ser seiva no botão repleto,

Voz no murmúrio do pequeno insecto,

Vento que enfurna as velas sobre os mastros!...

Há-de ser Outro e Outro num momento!

Força viva, brutal, em movimento,

Astro arrastando catadupas de astros!


Florbela Espanca