Medicina & Arte

sábado, abril 16, 2011

É A VIDA

Há corpos que dançam sem a rítmica alquimia da pele, no desacerto da vida.
E sem saberem dos compassos, deixam cair nos ombros as franjas de uma alma exposta às gotas da chuva, e nela se alagam até a inevitável insensibilidade da medula.
Ignoram o tom e o dom de se enlaçarem numa mesma melodia e rodopiam em voltas inversas, onde os rostos se transfiguram em claves sem sol, numa longínqua, fria e solitária partitura.
Arrastam-se a tropeçarem no tempo, movidos numa dança sem sincronia, com as notas de um tango a contraírem-lhes os lábios que sangram de sede, silêncio e melancolia.

Há corpos cansados
moribundos de si,
que não dançam,
apenas balançam
agarrados.

1 Comments:

  • A vida não é de escolhos./É de escolhas./Por que me olhas e m´olhas?/Por que me forras a alma/ Com o relento de um sentimento?/ Serei Eu a tua escolha?/
    Abre os olhos e olha,/Que eu já me escolhi em ti.
    A. O´Neill

    By Blogger Manuela Menino, at 5:24 da tarde  

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