POESIA
O Amor Tudo Mata quando Morre
Eu morro dia a dia, sabendo-o, sentindo-o,
com a morte do amor em mim.
Esvaiu-se, ensandeceu, partiu,
espécie de sol sepultado por mãos ímpias,
numa cratera de lua, algures,
ou na tristeza de um retrato emudecido
pela ausência de vozes em redor.
Sem ele, a casa ficou deserta
de risos, acenos e afectos, de tudo,
as mãos ficaram ásperas, secas,
a pele do rosto gretada, fria,
e o sangue tornou-se lento e espesso,
incapaz de dar vida às pequenas folhas
orvalhadas da imaginação das noites.
A erva cresce em redor de mim,
os limões ficaram ressequidos sobre
a toalha bordada, num canto da mesa.
O amor tudo mata quando morre,
detendo no seu movimento elementar,
a máquina que ilumina o coração do dia.
José Jorge Letria, in "Quem com Ferro Ama"
Eu morro dia a dia, sabendo-o, sentindo-o,
com a morte do amor em mim.
Esvaiu-se, ensandeceu, partiu,
espécie de sol sepultado por mãos ímpias,
numa cratera de lua, algures,
ou na tristeza de um retrato emudecido
pela ausência de vozes em redor.
Sem ele, a casa ficou deserta
de risos, acenos e afectos, de tudo,
as mãos ficaram ásperas, secas,
a pele do rosto gretada, fria,
e o sangue tornou-se lento e espesso,
incapaz de dar vida às pequenas folhas
orvalhadas da imaginação das noites.
A erva cresce em redor de mim,
os limões ficaram ressequidos sobre
a toalha bordada, num canto da mesa.
O amor tudo mata quando morre,
detendo no seu movimento elementar,
a máquina que ilumina o coração do dia.
José Jorge Letria, in "Quem com Ferro Ama"
2 Comments:
O amor é como procurar um estacionamento.Quando pensamos que acabámos de encontrar um lugar,percebemos que afinal é uma garagem.
By Anónimo, at 10:10 da tarde
O Amor e a Dor
uma coleção de mentiras,
uma porção de dor,
um bocadinho de sentimento,
transformaram-me no que sou.
Uma sombra a espreitar-se
pelos guetos escuros da vida.
Não despreze o toque de minha mão em teu cabelo,
por que teu repudio me enfraquece.
Não sei do tempo que me resta,
mas eterno é meu sentimento.
Por que preocupar-se com o tempo
se o amor é eterno?
Efêmera existência, vida sem sentido.
Vida louca que se esvai
como grãos de areia por entre nossos dedos,
talvez sejam moinhos de vento,
talvez eu não tenha vida,
talvez eu sequer tenha existido,
mas meu amor persiste no infinito.
Olhe em meus olhos,
leia neles o que jamais escreverei
por não saber como definir
este abstrato infinito de sentimento
que inunda meu peito.
Antonio Kovalski Junior
By Anónimo, at 5:29 da tarde
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