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quarta-feira, junho 06, 2012

O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER!!!...



Passos Coelho elogia “extrema paciência” do povo português

05.06.2012 - 23:45 Por Sofia Rodrigues


Passos Coelho: “tem sido um ano muito intenso e muito difícil”Passos Coelho: “tem sido um ano muito intenso e muito difícil” ()
 O presidente do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, manifestou nesta terça-feira uma “grande admiração” pela atitude dos portugueses no último ano.
Um ano depois da vitória do PSD nas legislativas de 2011, Pedro Passos Coelho deixou elogios à forma como o Governo está a cumprir as metas da troika, mas também aos portugueses.

“O povo português tem sido extremamente exigente e extremamente paciente”, disse o primeiro-ministro, numa conferência sobre Crescimento, Consolidação e Coesão para assinalar a vitória do partido.

Passos Coelho referiu-se mesmo a uma sociedade que “está apostada em vencer as dificuldades”, tendo em conta o “nível de desemprego” recorde. “É uma grande admiração que sinto pelos portugueses, quer tenham votado em nós ou não, pela forma como estão a encarar o futuro”, afirmou.

Em jeito de balanço, Passos Coelho reiterou a ideia de nunca ter olhado para o memorando da troika como um “castigo”, embora reconheça ser “penoso” cumpri-lo.

Perante vice-presidentes do partido e governantes, o líder social-democrata fez eco de algumas das palavras ditas pela sua antecessora, Manuela Ferreira Leite. “É preciso um tempo para a consolidação orçamental e estamos a fazê-lo, o memorando tinha muitas destas reformas, o Governo queria ser mais ambicioso”, afirmou, repetindo quase os termos de uma afirmação de Ferreira Leite: “Não se pode matar o doente com a cura”.

Na noite de segunda-feira, em Setúbal, a ex-ministra social-democrata Manuela Ferreira Leite defendeu que a consolidação das contas públicas devia ser feita de uma forma “mais lenta, mais pausada, para não se matar o doente com o tratamento”. Mas os pontos de contacto entre os dois discursos esgotaram-se aqui.

Em assumida oposição àquilo que o primeiro-ministro tem repetido, de que o Governo não vai pedir mais tempo para o cumprimento do memorando de assistência financeira, a antecessora de Passos Coelho na liderança do PSD defendeu o contrário. “Há apenas uma saída [para o país]: um tratamento mais lento, mais pausado, para não matarmos o doente com o tratamento, em vez de o deixarmos morrer pela doença”, disse Manuela Ferreira Leite, depois de afirmar que é impossível promover o crescimento económico ao mesmo tempo que se consolidam as contas públicas.

A ex-líder do PSD considerou também que o memorando com a troika “estabeleceu determinado número de regras que não se adaptam à realidade do país”, sobretudo porque “não teve em conta a estrutura produtiva do país, constituída essencialmente por pequenas e médias empresas que, muitas delas, poderão não sobreviver às dificuldades económicas que estão a enfrentar”.

Ferreira Leite salientou também a “especificidade” do tecido social português, onde só as classes médias e média baixa pagam impostos.