Medicina & Arte

sexta-feira, junho 11, 2010

POESIA

O verão deixa-me os olhos mais lentos sobre os livros.

As tardes vão-se repetindo no terraço, onde as palavras

são pequenos lugares de memória.

Estou divorciada dos

outros pelo tempo destas entrelinhas - longe de casa,

tenho sonhos que não conto a ninguém, viro devagar

a primeira página....


As vezes, repartiam sofregamente

a infância, postais antigos, o silêncio - nada

aconteceu entretanto.

Regresso, pois, à primeira linha,à verdade que remexe entre as minhas mãos.

Talvez os olhos

estivessem apenas desatentos sobre o livro;

talvez as histórias

se repitam mesmo, como as tardes passadas no terraço, longe

de casa.

Aqui tenho sonhos que não conto a ninguém....

(MARIA)